A Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (ANVISA), resolveu em reunião aberta de sua diretoria, nesta
terça-feira dia 04, tirar de circulação do mercado brasileiro alguns remédios
de combate a obesidade, os chamados inibidores de apetite, que agem diretamente
no sistema nervoso central e que sejam derivados de anfetamina (Femproporex e
Dietilpropiona). O mesmo esta valendo para o composto Mazindol, inibidor de
apetite mas que age diferentemente dos outros dois medicamentos.
O
medicamento mais consumido no Brasil para combate a obesidade é a Sibutramina,
que desde o ano passado passou da categoria de medicamento comum e passou a
anorexígeno, mas este medicamento continua a disposição dos médicos, mas com
algumas restrições. Algumas condições precisam ser respeitadas para seu uso ou
prescrição:
- O medicamento não pode ser prescrito por mais de 60 dias;
- O paciente deve ter IMC superior a 30, o que indica obesidade;
- O paciente deve assinar um documento, garantindo que esta ciente de todos os riscos;
Ainda segundo a decisão da ANVISA, a sibutramina poderá ser usada apenas pelos seguintes grupos de pacientes:
- Obesos sem história de doença cardiovascular que não conseguem aderir a programas de emagrecimento;
- Paciente com diabetes ou intolerância à glicose;
- Dislipedêmicos;
- Hiperuricêmicos;
- Mulheres com ovários policísticos;
- Pacientes com hepatite não alcoólica;
Além disso, serão mantidos o controle e
responsabilização dos médicos que prescrevem e obrigatoriedade de extensa
orientação aos pacientes sobre os riscos do uso da sibutramina.
Também continua liberado para o tratamento da
obesidade no Brasil o Orlistate (Xenical), que atua diretamente no intestino,
reduzindo em cerca de 30% a absorção de gordura.
A ANVISA é a última instância
nesse tipo de decisão, mas empresas podem recorrer à Justiça.
A retirada do mercado dos emagrecedores à base de
anfetaminas já era dada como certa, uma vez que a equipe técnica da ANVISA e a
Cateme (Câmara Técnica de Medicamentos) da agência, formada por especialistas
que assessoram o órgão, concordaram em relatório que os riscos superam os
benefícios. Já a retirada da sibutramina do mercado ainda era dúvida.
Reação da Comunidade Médica
A proposta de
proibir os emagrecedores causou reação imediata de médicos endocrinologistas
que atuam no combate à obesidade. Entidades médicas defendem que a medida vai
deixar cerca de 15 milhões de pacientes sem opção de tratamento.
As entidades
médicas questionam os estudos usados pela Anvisa para embasar a sua decisão. De
acordo com os médicos, os estudos foram feitos com um grupo de pacientes de
risco, para os quais os medicamentos não seriam indicados. Não faria sentido,
portanto, a proibição do uso.
Além disso, de
acordo com os médicos, para alguns pacientes é preciso indicar medicamentos que
atuam no sistema nervoso central, uma vez que o controle da fome e da saciedade
ocorre no cérebro. Esses pacientes, portanto, não conseguem perder peso com
tratamento clínico convencional, que inclui reeducação alimentar e exercícios
físicos.
Fonte: R7
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