A espera pela cirurgia bariátrica varia de três meses a um ano |
A cada ano, as cirurgias bariátricas (de redução de estômago) alcançam mais brasileiros. Apenas em 2010 foram 60 mil no país, um crescimento de 275% desde 2003. O número impressiona, mas a classe médica e o Ministério da Saúde ainda o consideram baixo. Estima-se que há pelo menos dois milhões de obesos mórbidos no país e muitos deles demoram a ter acesso ao procedimento que melhoraria sua saúde por falta de médicos para operar. Por se tratar de uma área relativamente nova da medicina, ainda são poucos os estudantes interessados na especialização. Além disso, também faltam professores. Tanto que os mais conceituados especialistas em cirurgia bariátrica estão se unindo para ministrar cursos complementares. Hoje, a espera pela cirurgia varia de três meses a um ano. Mesmo assim, ainda é melhor do que no passado, quando muitos obesos mórbidos morriam na fila. O Ministério da Saúde reconhece que há necessidade de ampliação da formação de médicos especialistas e a falta deles pode provocar filas de pacientes. Mas diz que tenta reverter o quadro desenvolvendo ações educacionais em parceria com o Ministério da Educação para formar especialistas.
MUDANÇA DE HÁBITO/ Outro entrave da cirurgia é a necessidade de o candidato submeter-se, antes do procedimento, a uma equipe multidisciplinar que inclui endocrinologista, nutricionista, psicólogos e professores de educação física para se reeducar. Muitos convênios ainda exigem que, para operar, o paciente emagreça entre cinco e dez por cento do peso atual. Como todo o obeso é guloso e gosta de comer o que não é saudável, a mudança de hábito torna-se difícil e muito lenta se não houver força de vontade e persistência.